Maria

 A gestação do Matheus foi tranquila, desmaiava direto, mas foi tranquila... E ele teve uma infância tranquila, também, difícil de se machucar, algumas crises de bronquite, sinusite e rinite... Já a gestação da Manoela foi mais atribulada, no 3º mês eu cai e a partir daí precisei fazer repouso e tomar medicação para inibir aborto espontâneo e parto prematuro... Depois ela teve alergia ao leite de vaca e teve que fazer uso do leite de soja... Depois teve problemas com a idade óssea e telarca precoce (crescimento das mamas)... Teve bronquiopneumonia, fez um corte na cabeça durante uma festa, e recentemente estava com o colesterol alto... Uma semana depois de ter o resultado de exames da Manoela, descobrimos que o Matheus é diabético, o diabetes dele estava tão alto no dia, que a enfermeira falou que geralmente as pessoas desmaiam, tem convulsões ou entram em coma... Quem quase entrou em coma na hora fui eu... 

 Em todos esses momentos eu surtava internamente, procurei não demonstrar meus medos e desespero pra eles, mas depois eu chorava antes de dormir, chorava no banho, chorava na missa, com uma música, até com comercial de margarina... 

 Aí, sempre me pegava pensando: como Maria sofreu! Teve que fugir assim que Jesus nasceu. Ouviu do ancião que uma lança transpassaria seu coração. Perdeu Ele no deserto. E depois, todo o trajeto até a Cruz... e a morte de Cruz... Pensa! Pensa no medo, na dor, no sofrimento, nas lágrimas... 

 E o pior é que tem gente que não enxerga o quanto Maria sofreu. Não percebe o quanto cada uma de nós, mães, sofrem a todo dia com as preocupações... Aí vão me dizer, mas mãe é neurótica, as coisas acontecem, não dá pra ficar se preocupando com o amanhã... Mas eu te digo que mãe não tem regra, pode ser que alguma diga que não pensa no futuro do filho, mas eu não acredito! Eles são tão parte nossa, que não tem como desvincular, deixar rolar... 

 Claro que tem aquelas mães que matam, que deixa abusarem, que abandonam... Juro que eu não entendo!

 Enfim, peço a Deus que Ele abençoe todas as mães, especialmente a minha, e que olhe por aquelas que perderam seus filhos para as drogas, para o crime, para a morte. Fico imaginando o sofrimento daquelas mães que tem seus filhos desaparecidos, na dúvida de que estão ou não vivos, se alimentando, se são maltratados... E as mães que estão com filhos numa cama, lutando com alguma enfermidade... Essas são Mulheres Maravilhas!

 Música de hoje:

Bitocas :3

Quel